O lago, ao longe, tão calmo e pacífico, esconde-se debaixo de uma capa negra espessa e impossível de desvendar.
Não consigo descobrir-te se passas o tempo a esconder-te.
Olho o meu reflexo na janela da sala, salpicada pelas gotas da chuva, pensando em como me permito querer estar contigo apesar dessa escuridão.
Não consigo desvendar-te se a cada momento amontoas segredos.
Não consigo permanecer se insistes em desvanecer.
Nem o sol, com todo o seu vigor, consegue penetrar mais do que uns poucos metros da superfície estática daquela massa de água, tão serena e ao mesmo tempo tão revolta nas suas profundezas.
Não consigo aproximar-me se persistes em afastar-te.
Não consigo encontrar-te se insistes em te perder.
Não consigo acompanhar-te se queres caminhar só.
Sem comentários:
Enviar um comentário