quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Lago



O lago, ao longe, tão calmo e pacífico, esconde-se debaixo de uma capa negra espessa e impossível de desvendar.
Não consigo descobrir-te se passas o tempo a esconder-te.

Olho o meu reflexo na janela da sala, salpicada pelas gotas da chuva, pensando em como me permito querer estar contigo apesar dessa escuridão.
Não consigo desvendar-te se a cada momento amontoas segredos.

Não consigo permanecer se insistes em desvanecer.

Nem o sol, com todo o seu vigor, consegue penetrar mais do que uns poucos metros da superfície estática daquela massa de água, tão serena e ao mesmo tempo tão revolta nas suas profundezas.

Não consigo aproximar-me se persistes em afastar-te.

Não consigo encontrar-te se insistes em te perder.

Não consigo acompanhar-te se queres caminhar só.

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