terça-feira, 2 de novembro de 2010

O Moinho


O velho moleiro sobe a colina.
Pelo caminho, outrora percorrido por tantos outros passos, pensa simplesmente em conseguir alcançar o moinho.
Ouve apenas o estalar escarlate das folhas caídas ao longo das veredas.

A mó está tão gasta como as recordações que sustentam o moleiro com olhos cor de Outono.
Tritura. Mói. Esmaga.
Tal como o peso das memórias que nos carregam pela vida.

De volta a casa, acende a lareira para esquecer o frio da solidão e recolhe os pensamentos perdidos.
A mó continua a girar. Dentro da sua alma.

3 comentários:

m ao quadrado disse...

Amei :)

owl disse...

Muito bonito! Foi a primeira vez que visitei o teu blogue e gostei muito. Beijinho grande.

miguela disse...

Demais!!!
Es uma poetiza!!!